segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O que se perdeu no caminho

Perder alguma coisa não é fácil. Procuramos incansavelmente e se não a encontramos fica aquele vazio temporário em nossa alma. Mas perder alguém é muito pior. Não é só a dor da ausência, mas a angustia do medo, do susto e do aperto. Ficamos inertes e apáticos ao mundo.
A saudade só pode ser saciada quando se come à presença do outro, mas do que se alimentar quando a presença se faz impossível? As lembranças são os únicos meios de contato com quem se perdeu porem com o tempo elas vão se tornando insuficientes e não parecem mais tão claras como antes.
O tempo passa e o que anteriormente parecia imutável já não é mais tão extremo. Mas dor que é dor, amor que é amor e saudade que é saudade continua imaculada em nós... o único caminho que temos para percorrer é o da aceitação e o de saber que nada é por acaso.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ociosa

Descontentes horas ansiosas, passadas enclausurada ao coro irregular do questionamento intrigante. Talvez a culpada seja essa minha vontade ociosa de querer saber o que não sei e querer que seja o que não é.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Saudade

Vim até aqui para dizer uma palavra unicamente brasileira: saudade.
Como definir? Mutável, hermética e inconstante.
Excruciante! Sufocante...divertida e extasiante. Ansiosa! Mortalmente dolorosa. Insaciável! Incontrolável...
A saudade não vem, da e passa. Quem sente, sente sempre. Inconstante, adormece e desperta. Apunhala e lhe tira o ar, para depois lhe abandonar. Divertida com as lembranças que emergem da mente, e dolorosa por um tempo que já passou e não volta mais.
Quando se sente saudade anseia-se por momentos futuros planejados. É incontrolável a fome do outro, quer-se devorar, engolir por inteiro e colocar para dentro a presença, executando assim a louca e delirante saudade.