sexta-feira, 23 de julho de 2010

Drama Aleatório

Sabe a sensação que se têm após o choro, não falo daquele choro bobo no fim da novela, mas o choro descontrolado, emotivo, sentido e até mesmo dolorido. Aquela sensação de força, de controle e acima de tudo, de renovação. É uma das melhores coisas que pude sentir.
Nessas horas sei que tudo vai passar e que não só é possível, mas como é claro o fato de que vou melhorar. O tempo vai passar e vai me curar. Na hora do choro é normal se descontrolar, achar que nada mais vale a pena, que o mundo acabou para você e principalmente crer que você nunca mais vai ser feliz. Talvez isso tudo seja verdade, mas só naquele momento. Realmente, ali, chorando e desolada, você não vai poder ser feliz nem ser capaz de enxergar a luz no fim do túnel. Mas para algumas veteranas como eu em drama e desolação, é possível saber no fundo que essa luz existe, apesar de ser distante. A distância pode variar em horas, dias ou semanas. Em alguns casos extremos meses ou anos, mas uma hora ela encurta e você já vai poder ser capaz de perceber a luz e sentir até mais força de vontade em alcançá-la.
Porque sinceramente, nós no fundo adoramos não ter aquele vazio, aquele oco, que não nos deixa sentir nem uma dorzinha. Adoramos falar que estamos sofrendo por isso ou por aquilo, e principalmente adoramos disputar com o outro para ver qual dor é maior. Adoramos gritar, espernear e fazer aquele drama, e ainda por cima, quando algum coitado vem tentar nos ajudar dizendo “não é para tanto, poderia ser pior”, lhe atirarmos na cara o fato dele não saber realmente o que estamos passando e que nada pode ser comparado com o que estamos sentindo.
E isso chega a ser realmente cansativo. Uma hora nem as nossas amigas, nem os nossos namorados, nem os nossos pais vão aguentar tanto choro. Por saber disso, eu, já “expert” em lágrimas, estou me fazendo à proposta de autocontrole. A proposta de respirar fundo antes de se atirar no fundo do poço. A proposta de pensar se vale a pena deixar-se machucar tanto por às vezes, nada. Há momentos que definitivamente pedem muitas lágrimas e é simplesmente impossível se controlar. Mas além desses, para quê se desesperar tanto? Como eu disse, o tempo passa. A cura em algum momento vai aparecer. Ou você, quando deixar de ser tão cabeça dura, vai ver que a saída está bem ali na sua frente. E mesmo se não for tão simples, relaxe, o nervosismo não vai te ajudar a resolver nada.
O que posso dizer agora é que aprendi que quando se tem bom humor, paciência e acima de tudo cabeça fria, o mundo se “descomplica” e a sua vida se desenrola muito melhor.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Adeus

Todas as minhas malas estão arrumadas e eu estou pronta para ir, o táxi está la fora buzinando e o dia já amanheceu. Mas os meus pés me escravizam e não querem me deixar partir. Já estou me sentindo tão solitária que poderia morrer. Não posso olhar para trás. Eu preciso ir. Mas tem uma coisa que eu preciso que você saiba antes do meu sopro final. Eu nunca quero estar sem você.

Sobre o AMOR

Não, essa não é uma história de amor, mas sobre o amor e o poder que ele exerce sobre as pessoas. O poder de cura, o poder da fé e acima de tudo, o poder da mudança. Porque o amor, mais do que qualquer coisa muda. Muda as profecias, muda os destinos e nos dá força de vontade para trilharmos o nosso próprio caminho, fazendo este ser o melhor possível para aqueles que amamos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Redenção

Tortuosa é a estrada da redenção
E longo é o caminho do perdão
Eu, que sem nem ao menos saber de mim
Invoco serenidade para a espera
Eu, que intensamente me entreguei ao amor
Para que mais intensa se fizesse minha dor
No transcurso de novas eras fez-se a adversidade
Causando sofrimento a quem pedia felicidade

quarta-feira, 14 de julho de 2010

01/03/2009

Os mais velhos vão achar isso algo tolo demais, fraco demais, infantil demais. Não que isso realmente me importe. Os mais novos já vão ter como opinião que isso é algo muito sério e complicado para se sentir. Mas, para os da minha idade isso pode parecer absolutamente normal e ás vezes banal.
O que estou sentindo agora é totalmente diferente do amor imaturo que eu senti ao dar o meu primeiro beijo ou ao iniciar o meu primeiro namoro. Também é totalmente diferente do que minha mãe sentiu ao dizer sim no altar para meu pai.
É um amor em construção, uma paixão em evolução. E isso está fugindo do meu controle, eu não pretendia deixá-la se expandir e se apoderar tanto de mim. Eu queria poder controlá-la e dizer a ela quando parar. Eu diria para parar agora. Porque começou a machucar e por mais saudável que esse sentimento fosse antes, agora já não é mais. Agora virou algo maio intocável, algo cortante.
Não há palavras que possam ter o poder de descrever o que estou sentido. Essas coisas a gente apenas descobre e tem noção de como é quando se sente. Parece que você está em um jogo de tortura e são várias facas te perfurando. Perfurando. Elas não param, elas estão em movimento constante, estão entrando e saindo, impedindo uma possível cicatrização. Entra, sai e sangra muito.
Chega uma hora que a dor é tanta que você implora pela morte, porque qualquer coisa deve ser melhor do que essa dor. Você reza, mas Deus parece não lhe atender. Você continua pedindo encarecidamente para parar de sangrar e doer. De repente você perde os sentidos e passa a viver pelo instinto. Dormir, comer, beber e dormir. Você percebe que entrou em um estado de inércia, as facas não te machucam mais. Porque você simplesmente não se importa com nada!
Há horas que você precisa ver a pessoa que tanto te atormenta e todo aquele inferno do início volta. A dor está de volta. E você continua nesse circulo vicioso de dor e inércia até que uma hora o tempo lhe obriga a acostumar com a dor, a simplesmente aceita-la, não a entendê-la.
Você continua assim até o tempo lhe fazer perceber que existem alternativas. São três. Você pode ficar onde está sem sentir nada, nem amor, nem ódio e nem carinho. Você pode também atravessar as primeiras facas e ficar em um espaço em cores confusas, onde só existe a incerteza e a loucura. Mas não existe a dor. Ou você pode passar por essas duas fases e resolver atravessar as segundas facas. Você vai sofrer tudo de novo e vai passar por tudo o que já passou só que mais intensamente. Numa inspiração de coragem que o tempo trará você vai atravessar as facas ficando muito ferida e com muitos buracos abertos, mas eles vão cicatrizar. Eles vão se fechar e não você não vai mais sangrar.
Você vai estar curada. Não totalmente. Ás vezes vai haver momentos que seus movimentos o farão doer. E sempre vão existir cicatrizes. Você vai chegar à conclusão de que não esqueceu essa dor, esse amor, porque como vamos esquecer algo o qual nos fez suar tanto? Não tem como. Você apenas aprendeu a guardar as lembranças e tê-las longe do pensamento.
Ao fechar os olhos você também se da conta de que sempre existirão novas facas a amores, porque você ainda é muito nova e ainda tem muito que aprender. Com mais maturidade adquirida você vai trilhando o seu caminho e construindo um grande amor que possa ser recíproco, com uma pessoa que valha a pena, mais para frente, você dizer sim no altar assim como sua mãe disse para seu pai no início dessa história. As facas vão continuar ali, sempre apontadas para você, mas sua única escolha na verdade foi por quem valeria a pena realmente enfrentar tudo isso.