sábado, 29 de maio de 2010

Trecho 5

-Eu quero você assim.
Sorri e ela beijou a palma da minha mão.
-Você não deveria me querer.
-Nós não escolhemos por quem apaixonar.
Estaquei. Essas eram as minhas palavras. O meu sentimento, só que ao contrario dela, eu não mergulhei nessa paixão de cabeça, ela parecia disposta a aceitar tudo. Eu precisava ir embora agora mais do que nunca. Se não estaria tudo perdido. Mas eu queria lhe dar esperança. Apaguei o cigarro no cinzeiro.
- Sonhe com os dias que virão. Quando eu não terei que te deixar sozinha.
Ela me encarou. Vazia novamente.
-Você vai agora?
-Sim.
-Você vai voltar?
Eu não poderia responder a isso e acho que ela entendeu. Tirei uma nota da jaqueta de couro que daria para pagar mais cinco cervejas e coloquei na mesa. Ela se levantou assim como eu. Cheguei tão perto que consegui sentir seu coração. Segurando um lado do seu rosto e com a outra a sua mão lhe dei um beijo na testa. E antes que ela pudesse reagir, eu já estava na rua, seguindo o caminho contrário à lua.

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