Eu escrevo sem esperança de que o que eu digo altere qualquer coisa... (Clarice Lispector)
sábado, 29 de maio de 2010
Trecho 2
Ah, era disso que eu gostava, essas palavras foram suficientes para fazer a irritação fluir como veneno no meu sangue e meus músculos se enrijecerem. Com a mão livre do cigarro, segurei o braço do sujeito de modo que ele não conseguiu move-lo. Com o olhar eu paralisei sua mente o impedindo não de sentir dor, mas de gritar ou mudar a expressão facial. Uma onda de energia que fazia minhas veias quase explodirem passou por todo o meu corpo, quem visse os meus olhos se assustariam eles deveriam ter mudado do azul do oceano para o negro da noite. Meus lábios se tornavam mais vermelhos e os meus músculos mais definidos, eu precia estar ganhando uma beleza divina, mas era demoníaca. A energia do homem já estava quase extinta e eu estava pronto para a ultima onda até que a musica parou e homens descontrolados começaram a respirar mais forte a alguns a suar. Eu sentia o cheiro de tudo isso, ouvia a respiração de cada indivíduo, mas eu estava procurando a de um em especial. Escutei a respiração de Annie soando como ondas do mar. Pensando somente nela, queimei de raiva, por uma criatura inferior a mim me fazer tão vassalo de sua presença, e de desejo. Ouvi sua risada e virei à cabeça tão veloz que olhos comuns não acompanhariam. Soltei o braço do homem quase desfalecido que caiu na poltrona inconsciente.
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