Eu escrevo sem esperança de que o que eu digo altere qualquer coisa... (Clarice Lispector)
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Trecho do meu livro
Ouvi passos no corredor e mesmo sabendo que não poderia ser visto preparei um impulso para voltar à posição normal. Meus olhos primeiramente só capturaram o flash de uma figura por causa do movimento. Estaquei e voltei para observar o que tinha entrado na sala. Creio que nunca saberei o que me fez voltar. Acho que foi um impulso, maior do que o qual eu havia exercido sob minhas costas para subir de volta ao telhado. Meus olhos se crisparam e se não fosse um reflexo eu teria deixado o cigarro na minha boca cair devido à posição que esta ficou. Uma mulher estava encostada na porta que acabara de fechar. Seus cabelos eram loiros ou ruivos? Nem com a minha inumana visão eu consegui distinguir. Pude perceber largos e grandes cachos caindo até a cintura. Ela abriu os olhos inesperadamente, me assustando. O que me irritou profundamente, porque eu nunca era assustado. Azuis. Nem mesmo os meus poderiam ser tão vivos e profundos. Não me permitindo uma observação mais completa devido à inoportuna lentidão do meu cérebro, ela saiu da sala.
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